recipiente de plástico onde o pastor guarda alguns alimentos (queijo, chouriço, azeitonas, toucinho, etc); o pastor chama-lhe corna, embora este exemplar não seja elaborado de corno como os mais antigos, mantêm o mesmo formato. objecto pertencente a João Joaquim,Zebreira.
com a invasão de todo o tipo de embalagens de plástico nos consumos domésticos outros materiais foram sendo esquecidos. o objecto que apresento é um exemplo disso mesmo, pois com o fim das vacas de trabalho, findaram também o aproveitamento de cornos para se fazerem as denominadas "cornas" que serviam para transporte dos alimentos durante as jornadas de trabalho. pois, a boa capacidade de isolamento do corno permitia conservar em boas condições alguns alimentos durante as longas jornadas de trabalho. os pastores usavam-nas nas suas longas deslocações através campos, raro era o pastor que não usava cornas onde guardava o conduto. haviam mesmo alguns mais artistas que inclusivé as decoravam com encantadores desenhos e estranhas simbologias, apenas fazendo uso do bico da navalha. embora não seja feito de corno mas sim de plástico, o objecto que apresento ilustra bem a proliferação do plástico nos ambientes domésticos. porém, mantêm o mesmo formato das cornas, apenas se perdem as qualidades isolantes do corno, as formas de o preparar e o gosto que os alimentos adquiriam dentro das ditas cornas. de resto, a funcionalidade continua a mesma.
Ti João, 80 anos, Zebreira. 2006.
"agora uso umas cornas de plástico, daqueles coisos onde vêm o chocolate para a canalha. preparo-o e serve igual. estes são melhores que as marmitas de aluminio. na carrinha onde dormia ao pé da barragem tenho lá cornas antigas. a gente comprava cornos ou davam-nos. muitos destes cornos vinham do Porto, lá é que haviam as vacas com aqueles cornos grandes. agora acabou tudo."
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