sábado, 12 de maio de 2007

Inquirindo antigos "comercios": a loja do Sr. Fernando



Caixa de botões, Loja do Sr. Fernando, Penha Garcia, 2007.

São universos esquecidos, estes espaços de compra e venda. Sente-se que estão doentes, que vão morrer brevemente. Cada objecto conta uma história e cada história conta um tempo. Os discursos que em torno destes espaços se geram falam-nos do pulsar quotidiano da aldeia, os seus consumos, as suas experiências, o seu contacto ao mundo exterior. Hoje, com a massificação das grandes superficies comerciais, estes espaços de memória definham, porém, no seu interior, coexistem a par com os produtos massificados, objectos que pela sua singulariedade e funcionalidade já não se encontram em lado nenhum. Ou seja, paradoxalmente, estes lugares de memória condenados, de imediato, tornam-se em lugares procurados, pela sua diferença.

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